quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Egito, Multiculturalismo e Povo

Como dito abaixo, o EGITO passa por momento de tensão em sua política interna. Mubarak não dá sinais de que irá renunciar e as manifestações devem continuar no dia de amanhã (11.02.2011).

Uma das razões apontadas para o desencadeamento das revoltas está relacionada ao aumento do preço das commodities - que restringiu o acesso a alimentos. A fome, portanto, é um dos elementos críticos nessa conjuntura.

A crise abre a discussão para a questão da Democracia nas nações islâmicas ou árabes. A pressão por uma transição ao regime democrático é feita principalmente (exclusivamente?) por países do Ocidente, numa perspectiva em que a Democracia é apresentada como panaceia dos conflitos políticos, sociais e econômicos.

É certo que “impor” a democracia é politicamente incorreto. Sob o viés do MULTICULTURALISMO, “é preciso respeitar as diferentes culturas, ainda que atrasadas e pautadas em valores estranhos à civilidade”.

Porém, nada mais presunçoso do que uma postura dessas, que reconhece no ocidente o supra-sumo da humanidade e olha para as civilizações “subdesenvolvidas” de cima para baixo.

Uma postura mais adequada está em reconhecer em determinada comunidade os anseios do POVO e lhes dar suporte, procurando saber o que pensa a sociedade – neste caso, egípcia – acerca de temas como liberdade, religião e democracia. Esta posição é respeitadora da autonomia dos povos árabes – baluarte constitucional – e, ainda, profícua na busca de soluções conjuntas para a resolução dos graves problemas que assolam os países africanos. É a posição de filósofos como Enrique Dussel e Alain Supiot.

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